Analepses

Analepses

As minhas mãos,

tem a forma de conchas...

modeladas em palavras,

o caudal quente,

almejam os gestos,

sugados pelo tempo,

dá vida, o movimento concreto,

o fogo dos olhos húmidos,

o sinédoque universal,

sinalizam os vestígios,

cor de coral desvanecido...

nada ao acaso.

O mundo dos surdos mudos,

libertam seus gritos,

mesmo apontados por línguas viperinas,

limitadas...

By Zita

Somos como átomos

Uma  criança ferida recebe tratamento médico após um terremoto

em Port-au-Prince, 13 de janeiro de 2010.

(REUTERS / Eduardo Munoz

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Somos como átomos

Somos como montanhas,

despidas de árvores,as folhas

arrancadas por fortes e inesperados ventos,

a natureza, Mãe poderosa silencia -nos,

os seres inertes, devastados  pelas mágoas

tornam - se obrigatóriamente,

tumúlos silenciados pelo tempo,

mesmo que a subida da montanha,

seja íngreme, o suor do sofrimento é a recompensa

mesmo que fardos pesados surgem,

nosso "EU",

edificando  pedra a pedra cada castelo.



Haiti, o momento de profunda tristeza,

de desespero,

de luta pela vida,

de tudo...

Desabafos

Reprodução da pintura artesanal a óleo da Tabela IV

de moscas e pulgas, uma pintura de Johannes von

Augustin Rosel Rosenhof.

Nunca se deve dizer que nada é impossível,

compete -nos a nós saber ultrapassar as barreiras,

derrubar as montanhas,

não nos arrependermos do que fizemos,

mas sim, fazer uso dessa experiência,

o caminho da felicidade está nas nossas mãos,

através da vontade, da humildade,

de um sorriso...

somos como um barco,

o leme encontra -se no tacto,

a orientação na intuição,

compete a cada um, a procura exacta

dos seus fundamentos,

não se valer da quilha do barco,

porque a carga pode tombar e virar tristeza,

não se deve descurar a frase célebre

de Fernando Pessoa

"a minha vida é a maior empresa,

e não permito que ninguém a leve á falência...

Erga sua cabeça, Olhe para o céu...